domingo, 6 de fevereiro de 2011

Que dor eu estou a sentir...


 É difícil não chorar quando a morte vem nos tirar alguém muito amado. Quão doloroso é pensar que alguém que tanto amo está agora em uma cama de hospital, em coma induzido entre a vida e a morte. Minha avózinha está neste estado, e todos da minha família se preparam para o pior.

 Minha avó foi mãe de 13 filhos, católica desde sempre e muito devota de Nossa Senhora. Teve  a infelicidade de deixar a Santa Igreja e tornar-se protestante já bem velha. Acredito eu que este ato foi fruto de uma completa ignorância, e que em seu coração sempre guardou os preceitos católicos e alguma noção da doutrina, mesmo que breves lembranças da infância. Criou como pode os filhos, e embora levasse vida humilde e pobre sempre os educou muito bem, tanto que todos viraram ótimos pais de família.

 Quando minha mãe estava grávida, o médico constatou que era uma gravidez de risco e que eu ou minha mãe poderíamos morrer. Minha avó, na época muito devota de Nossa Senhora de Aparecida, pediu à Virgem que cuidasse de mim, e prometeu que eu levaria o nome de Nossa Santa Mãe - Aparecida - se nada acontecesse a mim e à minha mãe. Minha mãe era protestante nesta ocasião, mas mesmo assim concordou em me chamar Aparecida.

 Agora que minha tão querida avó está neste estado, entre a vida e a morte, eu me lembro disto, do fato de ela ter pedido à Virgem pela minha vida, e rezo por ela. Rezo com confiança em sua salvação, e com a certeza da intercessão de Nossa Senhora. Minha avó pediu pela minha vida, e eu peço pela sua vida eterna. Peço que seu sofrimento acabe, e que ela vá para junto de Deus e da Senhora Nossa.

 Mesmo para nós, que temos esperança na vida eterna e na Misericórdia Divina, é difícil se deparar com a morte. Todos nós, um dia, haveremos de enterrar alguém muito amado, e isso é doloroso, ainda que saibamos a verdade sobre a morte.

 Outro dia eu ensinava às minhas irmãs sobre a morte, de que não devemos temê-la e devemos estar sempre preparados para ela. Elas choraram quando falei que um dia iríamos enterrar os nossos pais, eu as consolei e as exaltei a sempre rezar para que a morte não nos pegasse de surpresa, para que sempre vigiássemos quanto a isso. A morte entristece, mas com o tempo a tristeza passa.

 Devemos pedir a Deus que nos dê força para suportar a perda dos nossos. Devemos pedir que nos dê aquela santa confiança que levou Santa Terezinha a pedir a morte de sua mãe, e fazer coro com ela: "queria que morresse para que fosse logo para o céu". Devemos amar a alma dos nossos parentes e amigos antes de amar-lhes a vida, assim poderemos querer que vivam, mas que vivam para Deus e não para nós.

 Meu coração está bastante triste, mas ao mesmo tempo muito confiante. Confio em Nosso Senhor e na intercessão da Virgem Santíssima. Sei que esta tristeza irá passar e que minha avózinha estará logo na bem-aventurança eterna, com todos os Santos e Anjos de Deus.

 O que fica, são as lembranças de uma avó sempre querida e amável com todos; de histórias do tempo antigo e de conversas que duravam até de madrugada. Dos almoços em família e dos cafés em volta dela. Minha avó era, sem dúvida o centro da família e o motivo de nos reunirmos. Era a mãe de todos! Eu sempre me lembrarei dela com muito amor e sempre a terei como exemplo.

 Peço encarecidamente que rezem por ela, seu nome é Justina Maria do Espírito Santo.

 Tenham todos uma boa semana!

 In Cor Jesu et Mariae,

 Lucie.

Um comentário:

  1. Pode contar com minhas orações. Ai, seu relato me fez chorar, Deus lhes dê forças, bj

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