Quanta segurança existe em viver de modo cristão. Quanta alegria ronda um pobre coração abastecido de fé e cheio de esperança. Quantas graças Deus concede aos que buscam-nO e esperam-nO com sinceridade. Quantas respostas e certezas nos proporcionam a Fé e a Verdade, dando-nos a Paz tão necessária para viver debaixo de tantas contrariedades neste vale de lágrimas.
Os namoros de nosso século, carregados de romantismos, baseados tão-somente nos prazeres sensíveis, são instáveis e inconstantes. Hoje se ama amanhã se duvida. Não há, pois, a segurança necessária e tão própria das relações de amizade. Pois que, antes de uma relação conjugal, deve-se construir uma sólida e estável relação de amizade.
O amor que se tem ao próximo deve nascer do amor que se tem a Deus. É por amor a Deus que devemos amar ao nosso futuro marido, com uma caridade latente que deseja antes a felicidade e salvação do ser amado a qualquer outro bem; É este o amor verdadeiro. Um amor doce e sincero, que tem por fim a felicidade do outro antes da própria felicidade. Uma comunicação de bens e interesses que fortalece dia após dia uma sólida e frutífera amizade; amizade esta que tem a mesma fé e a mesma certeza nas verdades eternas.
É por estes e outros motivos que os namoros verdadeiramente cristãos são assim tão seguros e alentadores, de modo que dúvidas e desconfianças não pairam para assombrar a fidelidade recíproca.
Se ambos têm a certeza do caráter cristão um do outro não há que se pensar em ciúmes ou desconfianças, porque se o amor consiste em querer antes a felicidade do outro e se esse outro, tão querido por nós, já não tem a certeza de nos querer para esposa, que haveremos de fazer a não ser rezar por ele para que tenha mais certeza nas escolhas que faz? E se nos trai com outra, devemos pensar que é homem digno de pena e não de ciúmes, porque traiu mais a Deus e sua infinita justiça que a nós mesmas, e nos cabe repreender e admoestar para que se confesse e não mais cometa pecado tão horrível.
Os que desejam namorar de modo cristão devem ter sempre em mente a finalidade de tal namoro: O Matrimônio. E com vistas a fim tão honroso farão de tudo para que seu namoro seja um momento de preparação para entrarem de modo digno neste estado, para qual Deus nos chama. Devemos saber que o outro é imagem e semelhança de Deus e que devemos respeitá-lo e não ser nunca motivo de pecado para aquele que amamos.
A finalidade do casamento é ainda mais digna e honrosa que a do namoro; e embora seja este apenas instrumento para entrar naquele digno estado de vida também tem sua parcela de importância e valor.
É em um namoro católico que se conhece aquele que vai ser nosso companheiro para sempre. Se conhece e se dá a conhecer em um convívio sadio de amizade e companheirismo, onde os gostos e os hábitos se moldam um ao outro e os defeitos são reciprocamente vencidos com a ajuda de Deus. Na amizade pura e respeitosa que nos proporciona o namoro católico é que conhecemos um pouco de nosso futuro marido.
Os namorados que sabem por que namoram tem sempre perspectivas e expectativas. Sabem que seu namoro não é um estado e sim um meio. Namoram para casar e isso alenta os corações e proporciona um maior crescimento na vida espiritual de ambos. Esperam com paciência o momento de cumprirem sua finalidade sobre a terra selando seu amor no santo matrimônio.
Um namoro católico proporciona um constante crescimento do amor e do cuidado que um tem pelo outro e, por conseguinte cresce também o respeito, a admiração, o zelo, o carinho, a confiança, a certeza de ter feito uma boa escolha. Escolher um bom namorado quer dizer escolher um bom marido, e nesta escolha devemos nos pautar pelo caráter e gênio deste possível pretendente: se é bom católico e tem valores cristãos, e se tem boas intenções para namorar.
Os namoros de nosso tempo não são assim. Escolhe-se a partir de um corpo ou rosto bonito, e sua finalidade são os prazeres que um proporciona ao outro, dando lugar a pecados horríveis e ciúmes desregrados. Os namoros de nossos dias são escandalosos e ofendem muito a Deus Nosso Senhor.
Diferente das incertezas dos namoros do mundo em um namoro verdadeiramente católico acha-se a segurança de uma relação amigável e caridosa. Uma santa intenção que dirige duas vontades a um mesmo fim, e aqui é impossível não se lembrar do autor do Pequeno Príncipe que nos diz: “ amar, não é olhar um para o outro, senão olhar os dois para a mesma direção”. E que direção sublime e grandiosa é esta que leva dois corações a se unirem eternamente, num juramento recíproco, de amor e fidelidade "até que a morte os separe"? Que direção é está que faz os passos andarem ritmados e os corações baterem uníssonos? Que direção pode haver mais atraente de olhos tão miseráveis como os nossos, e de forças mais errantes que estas que temos? Nada, senão Deus Nosso Senhor, é capaz de tornar duas vontades tão unidas e fortalecidas, na mesma fé e mesmo amor a Deus.
Namorar para casar. Casar para ter filhos. Ter filhos para Deus. Eis o rumo de minha vida, tão frio e simplório no esquema de uma linha, mas ao mesmo tempo, tão grandioso e honroso no esquema de uma vida.
Sem saber o motivo de nossa existência é impossível existir dignamente. Sem saber a nossa finalidade sobre a terra, é impossível ser feliz verdadeiramente. E sem saber a finalidade do casamento é impossível cumprir com fidelidade o juramento que se faz a Deus. Se não se conhece os verdadeiros fins de um casamento, cai-se na primeira esquina de contrariedades e desentendimentos, e tão-logo se joga na lama o "amor" que se jurava eterno.
É preciso construir sobre pedras e não sobre areia, já há muito nos alerta o Evangelho; mas como em nossos dias são poucos os que dão ouvidos a Deus, vemos por toda parte construírem-se castelos sobre a areia, e cedo ou tarde tudo se desmorona.
E se pensarmos com olhos meramente humanos (e quão humana é nossa alma!) vamos querer alguém que nos complete, que nos preencha, que seja para nós o porto seguro de nossas inseguranças. Sim, é possível encontrar este homem, mas não adianta fazer dele a nossa “tábua de salvação”, pois, se esperamos que ele nos complete, ele espera o mesmo de nós. E este é o segredo das coisas que duram: dar e receber, senão na mesma proporção, ao menos com tudo que podemos. E assim os pequenos gestos serão verdadeiras tabuazinhas que farão parte da arca da nossa vida, e que desde agora nos dá a segurança de uma embarcação que suportará as torrentes da vida.
E nessa segurança tão esperançosa achamos uma paz inigualável que só se pode experimentar num namoro cristão. E com tal segurança podemos então abrir os olhos para a vida futura, com filhos e netos até que a morte venha nos separar do companheiro desta tão curta vida.
In Cor Jesu et Mariae.
Lucie.
Lindo!!!!
ResponderExcluirVou colocar no meu facebook.
Obrigada Ana!
ResponderExcluirFica com Deus.
Ótima reflexão, Lu! Vou compartilhar.
ResponderExcluirSM!
=)
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