sexta-feira, 11 de março de 2011

A Donzela que Escreve...


 Quando se descobre a verdadeira finalidade de nossa existência, não se pensa em outra coisa senão cumpri-la. Queremos em tudo servir e honrar o Nosso bom Deus. Deixamos muitos dos (maus) hábitos de antigamente e nos afastamos de todos os "amigos" que outrora tanto preservamos. É inevitável este afastamento das antigas (e más) companhias. Acabamos por ficar meio que solitários e sem nenhuma companhia para as atividades próprias de nossa idade.

 Sempre gostei de música, cinema, conversas e passeios. Mas não conhecia boa música, bons filmes e bons lugares para passear. E minhas companhias para conversas eram sempre, ou quase sempre más e inúteis. Conto isso com muito pesar e arrependimento, e hoje eu sei que nada sabia sobre nada.

 Depois da conversão passei a eliminar, com a ajuda de Deus, todos os maus divertimentos e todas as más companhias, de modo que nenhuma me restou. Fiquei sozinha e sem ter com quem conversar. Meus poucos amigos católicos moravam longe e eu só compartilhava com eles um pouco de mim, e somente pela internet. Fiquei tão solitária que às vezes, mas só às vezes, falava sozinha. Bem, agora devem estar achando que era maluca e que meus parafusos estavam soltos, rs. O que quero dizer é que não tinha com quem falar sobre as coisas que queria falar: as coisas que diziam respeito a Deus e à Igreja. Queria falar, mas não tinha com quem. Então arrumei um meio de expressar o que sentia e pensava: escrevendo.

 Guardo desde então os meus pensamentos no papel. E é um alívio poder escrever e contar para mim mesma o que se passa. Muitas vezes precisei escrever páginas e mais páginas sobre o que estava acontecendo em minha vida, e isso sempre me ajudou. Mas claro que só escrevia depois que rezava. Rezar é o melhor meio de sentir-se mais forte no meio de uma situação difícil. Nosso Senhor tem que ser o nosso primeiro socorro, e o nosso maior apoio.

 Infelizmente nós precisamos falar com alguém quando estamos apreensivos, e como eu não tinha "alguém", eu escrevia.

 Escrevi e escrevi! E até hoje escrevo quando preciso, embora agora precise bem menos...às vezes me divirto lendo coisas de anos atrás e relembro as dificuldades de cada época. Vejo nos meus cadernos uma menina que amadurece página após página. Mesmo a minha conversão está escrita e datada.

 Sei que não escrevo excelentemente bem como gostaria, mas me esforço. E até uma melhora na redação se pode perceber nos meus cadernos. E embora eu goste muito de escrever aqui, nem se compara à delícia que é ter uma caneta e um papel na mão...

 In Cor Jesu et Mariae,

 Lucie.

6 comentários:

  1. Sei lá, já tive experiências horríveris de falar certas coisas para quem achava ser amiga.

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  2. Salve Maria!
    Eu também amo escrever ^^
    Me sinto como você

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  3. Eu também estou experimentando a solidão, mas eu até gosto de me sentir sozinha, pois eu consigo ver melhor quem sou eu, pois quando estamos em constante companhia de alguém parece que não conseguimos discernir quando sou eu e quando é outra pessoa em mim, não sei se me faço compreender, mas é como se "pegássemos" o jeito da outra pessoa seus gostos, costumes e tudo o mais. Então no momento estou me permitindo ficar só.
    Salve Maria!

    Ps: gostei do blog.

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  4. Eu simplesmente AMO escrever, não como um hábito diário, mas sempre na hora que preciso tenho uma folha de papel à mão, um caderno. Nunca fui de ter muitas amizades então sempre precisei escrever pra expor meus sentimentos.
    É uma terapia realmente boa.
    Amei o post
    Salve Maria!

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  5. Ola. Antes de mais, obrigada pelo blog, é uma grande companhia para mim, tal como outros semelhantes que tenho encontrado. A conversão, bem recente, também me está a deixar bastante só, pois vou-me afastando do que não interessa e, em termos de amigos actividades e convivio que tinha, sobra muito pouco. Mas agora estou mais acompanhada que nunca, não por pessoas e actividades, mas por Deus, pois estou cada dia um pouco mais perto Dele, pelo menos e para isso que tento esforçar-me. Aqui em Portugal, onde moro, a igreja é frequentada quase exclusivamente por pessoas idosas, perderam-se os valores, e infelizmente, eu ia indo atrás. Graças a Deus que "acordei" a tempo. Ainda tenho um longo caminho a percorrer, mas com a ajuda de Deus e a vossa, queridas amigas cristãs, acredito que vou, a cada dia aproximar-me um pouco mais de Deus, cumprindo a Sua santa vontade.

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